Inov@r com QI – 3 Anos Depois* |
Sexta, 22 Janeiro 2010 | |
«(...) Os indícios de sucesso do projecto começaram a desenhar-se logo no final do primeiro ano de implementação, tal como foi perspectivado por alunos, professores e coordenadores das escolas envolvidos. Tal como havia sido definido no início, o sucesso era a maestria no uso, que tornasse o QI dentro da sala de aula, não um objecto estranho, mas um objecto “quase natural” como foi, durante séculos, o quadro negro. Quando hoje se entra numa sala de aula de algum daqueles 52 professores constata-se que o QI faz parte da equação da aula, e foi apropriado por professores e alunos como um instrumento de acesso ao saber mais rápido, interactivo e diferenciador, tal como exige o tempo que vivemos. A estratégia desenvolvida assentou, do ponto de vista dos recursos humanos, na mobilização de um formador técnico em tempo parcial, cuja tarefa fundamental foi evoluindo da resolução de problemas sentidos pelos professores envolvidos no projecto, à formação em novas aplicações e recursos passíveis de utilização no QI. Esta modalidade de apoio, fornecido pelo Centro e que oscilou sempre entre a bengala que apoio e o pico que estimula, foi a receita do sucesso da estratégia. Todavia, tal recurso teria sido escasso se a estrutura do projecto não tivesse contado com um coordenador em cada Escola associada, que funcionou como elo de ligação entre os professores envolvidos na respectiva escola, entre aqueles e o Centro de Formação, e, mais recentemente entre os ganhos do projecto, nomeadamente o saber fazer adquirido, e a extensão do projecto a outros professores da mesma escola, interessados em utilizar os quadros interactivos, entretanto comprados por aquela. É esta ideia de “mancha de óleo” que se invalidou uma avaliação de tipo experimental do projecto (não há possibilidade de garantir grupos de controle), garantiu que os QI entretanto chegados ao sistema, mesmo de outras marcas, passassem a ter uma utilização efectiva e exploratória das suas potencialidades. Para além deste cômputo, é preciso ainda referir que o projecto mudou a estrutura organizacional das escolas associadas e respectivo intercâmbio, senão formalmente, pelo menos informalmente, no que toca a práticas colaborativas na produção, uso e disponibilização de materiais para o QI, de que o site do Inovar se fez eco. A simples literacia informática e a especialização no uso tornaram-se pouco importantes quando o projecto fez ganhar novos laços profissionais entre os professores que antes não existiam. Esse tornou-se o melhor impacto, não previsto inicialmente, do projecto. (...)» * in Mouraz, Ana & Sousa, José M. (2009). Inov@r com QI – 3 Anos Depois. In B. Silva, L. Almeida, A. Barca & M Peralbo (org.) Actas do X Congresso Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Centro de Investigação em Educação (CIEd) - Universidade do Minho. Edição em CD-ROM ISBN: 978-972-8746-71-1. |